Uma Janela para o Passado: A Influência das Casas Românticas nas Relações Familiares

As casas românticas são, muitas vezes, transmitidas por gerações, com cada uma deixando sua marca e construindo um legado familiar. Esse elo é essencial para a formação de um sentimento de continuidade e pertencimento, um valor que é amplamente negligenciado nas construções contemporâneas de caráter temporário e funcional. Segundo Christopher Alexander, um lar deve ter camadas de história e memória que o tornem mais do que apenas um espaço físico, mas um lugar de conexão emocional.

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Patrícia Liger

3/19/20252 min read

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Uma Janela para o Passado: A Influência das Casas Românticas nas Relações Familiares

Introdução


A arquitetura romântica, com suas características acolhedoras e detalhadas, marca um período em que as casas eram desenhadas para refletir a identidade e os valores familiares. Este artigo explora como o estilo arquitetônico romântico contribuiu para fortalecer as relações familiares, criando espaços que promovem o afeto e a convivência. Em contraste, observa-se como as casas contemporâneas, muitas vezes desprovidas de identidade e história, têm um impacto reduzido nas relações familiares, resultando em lares mais impessoais e desconectados.

A Arquitetura Romântica e o Conceito de Família

O estilo romântico da arquitetura, popular em meados do século XIX, favorecia telhados inclinados, varandas ornamentadas e janelas com formatos personalizados. Cada detalhe visava ao conforto emocional dos moradores, criando uma atmosfera que refletia o valor da família e da união. Como Bachelard discute em A Poética do Espaço, o lar é onde nos sentimos enraizados e onde nossos sentimentos mais profundos tomam forma, e a arquitetura romântica encarnava essa visão, propiciando um ambiente que fortalece o sentimento de pertencimento.

O Impacto da Personalidade no Espaço Habitado

De acordo com o arquiteto e teórico Juhani Pallasmaa, em The Eyes of the Skin (1996), o design arquitetônico deve estimular os sentidos e a sensibilidade dos habitantes, e não apenas servir à funcionalidade. As casas românticas, com sua personalização estética e seu apelo à sensibilidade, criavam um espaço ideal para a formação de vínculos afetivos. Em comparação, as construções contemporâneas, com seu design frequentemente impessoal e minimalista, são limitadas em sua capacidade de promover um ambiente afetivo, o que enfraquece a conexão entre os moradores.

A Arquitetura Como Elo Geracional

As casas românticas são, muitas vezes, transmitidas por gerações, com cada uma deixando sua marca e construindo um legado familiar. Esse elo é essencial para a formação de um sentimento de continuidade e pertencimento, um valor que é amplamente negligenciado nas construções contemporâneas de caráter temporário e funcional. Segundo Christopher Alexander, um lar deve ter camadas de história e memória que o tornem mais do que apenas um espaço físico, mas um lugar de conexão emocional.

Conclusão

Resgatar o valor da arquitetura romântica é resgatar o valor da convivência e do afeto familiar. Em um mundo cada vez mais impessoal, o retorno a uma arquitetura que valoriza a personalidade e o calor humano pode promover lares mais acolhedores e propícios ao fortalecimento dos laços familiares, tornando-se um antídoto contra a desconexão dos tempos modernos.